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Voltadas para alunos dos ensinos fundamental e médio, aulas são divididas por temas
Primeiro, Salman Khan revolucionou o ensino com suas
aulas no Youtube. Depois, o MIT se uniu ao seu ex-aluno ilustre para
também produzir vídeos educativos curtos voltados para melhorar a
educação básica dos EUA. Agora, é a vez Brasil aderir ao movimento de
olho na melhoria do ensino. A startup QMágico lança nesta sexta-feira,
18, na Feira Educar Educador, sua plataforma com 700 vídeos de
matemática gratuitos, que têm entre 7 e 12 minutos de duração,
endereçados a alunos dos ensinos fundamental e médio.
O site http://www.qmagico.com.br/ foi
idealizado pelo cearense Thiago Feijão, 22, aluno de engenharia
mecânica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A ideia nasceu,
conta o jovem, quando ele dava aulas para população de baixa renda em
três ONGs, duas delas criadas por ele mesmo, em São José dos Campos.
"Quando eu entrei no ITA, em 2008, eu decidi trabalhar com educação para
fazer com que outras pessoas pudessem ter a oportunidade que eu tive",
diz Feijão, que ficava incomodado por não conseguir atender nem de longe
a todos os estudantes que queriam assistir às aulas que as organizações
ofereciam.
"Eu me perguntava: como eu faço uma coisa que seja escalável e
sustentável financeiramente? Como replicar o que a gente faz aqui [ONGs]
para o Brasil inteiro? Aí surgiu o QMágico", diz. O click veio em um
sábado, em março do ano passado, e já na quinta-feira seguinte, ele e
alguns colegas disponibilizaram uma primeira versão, bem simples, para
as ONGs. "Vimos que os professores gostavam e que os alunos gostavam,
então resolvemos expandir."
De março para cá a plataforma foi sendo aperfeiçoada e, a partir de
hoje, os vídeos de matemática ficarão disponíveis para os alunos. Pelo
site, será possível assistir a vídeos escolhendo por série, do primeiro
ano do ensino fundamental ao pré-vestibular, ou por tema - geometria,
álgebra, funções e análises combinatórias, por exemplo. As imagens
mostram sempre uma lousa ou um caderno sendo preenchido com conteúdo
enquanto uma voz ao fundo dá explicações. Também estão disponíveis
exercícios e testes sobre os temas oferecidos.
Os donos das vozes são, na maioria das vezes, estudantes das melhores
universidades do país que receberam bolsa para ensinar determinado
assunto a crianças e jovens ou professores das ONGs lideradas por
Feijão. "Nós convidamos para fazer os vídeos e ensinamos o padrão. Temos
um cronograma de desenvolvimento e já oferecemos toda a matemática de
ensino básico bem estruturada, então o professor consegue encaixar os
vídeos no currículo", afirma o estudante, que prepara a oferta de vídeos
de língua portuguesa e física.
A sustentabilidade financeira do QMágico ocorre por meio da oferta de
outros dois tipos de serviço, que são vendidos para escolas, redes de
ensino e governos. O primeiro é uma plataforma de aprendizagem virtual,
em que as instituições de ensino podem inserir seus conteúdos, propor
atividades on-line, fazer avaliações de alunos, além de acompanhar o
desenvolvimento dos alunos e professores de maneira individualizada.
O segundo serviço é um pacote de treinamento para professores e
instituições com orientações para o uso das tecnologias em sala de aula -
a adaptação ao blended learning, essa utilização casada de atividades
virtuais e reais que tanto preocupa educadores mundo afora. Segundo
Feijão, um dos métodos que o QMágico aplica nesses treinamentos é
conhecido por rotation lab, quando a turma é dividida em três grupos,
ficando os alunos do primeiro terço mexendo no computador, os do segundo
fazendo exercícios e os do terceiro com o professor, que já viu o que
os alunos fizeram no ambiente on-line e dá explicações específicas e
tira dúvidas.
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