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sexta-feira, 16 de março de 2012

Planos da UNEB para se tornar referência em EAD

Se há três décadas a educação a distância (EaD) era vista como um bicho de sete cabeças por conceituadas universidades do país, hoje, com as novas tecnologias da informação, a EaD aparece como uma importante ferramenta para levar a educação superior a lugares mais distantes do Brasil.
Na Bahia, a UNEB já figura como a principal universidade pública a oferecer cursos de graduação e pós-graduação nessa modalidade. Esse reconhecimento foi confirmado com a reeleição, no final do ano passado, do professor Silvar Ribeiro para a Vice-Presidência do Fórum Nacional de Coordenadores, da Universidade Aberta do Brasil (UAB), sistema ligado ao Ministério da Educação (MEC) que integra 92 instituições públicas do país.
Silvar, que é coordenador da UAB na UNEB e docente da universidade desde 1999, conversou com o repórter da Assessoria de Comunicação (Ascom) Victor Seabra e contou sobre sua trajetória acadêmica em EaD e como a Universidade do Estado da Bahia tem consolidado seu pioneirismo nas atividades voltadas para a educação a distância no estado.

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Silvar foi reeleito para a Vice-Presidência do Fórum Nacional de Coordenadores, do sistema UAB/MEC

Como surgiu a oferta de EaD na UNEB?
Silvar Ribeiro:  Trabalhei no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) durante dezenove anos (1976 a 1995), onde iniciei o gosto pela área. Escrevi material didático para EaD, dei aulas, coordenei projetos e aprendi muito sobre a modalidade nesta época. Já na UNEB, desenvolvi o primeiro projeto da universidade de uma graduação em EaD, que é o bacharelado em administração, por meio de um convênio firmado com o MEC e o Banco do Brasil. Inclusive, a primeira turma está se formando este ano. Esse se tornou o projeto-piloto da Universidade Aberta do Brasil na UNEB, que passou a integrar o sistema. A universidade tem potencial para a EaD devido à sua grande capilaridade em todo o estado e à sua vocação por desbravar o interior da Bahia com projetos de grande impacto social. Resolvi então investir no aprofundamento de minha experiência e dos meus conhecimentos na área. Fiz uma especialização em psicopedagogia a distância pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj) e mestrado em mídia e conhecimento com ênfase em EAD pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc). Hoje faço um doutorado em difusão do conhecimento (curso oferecido em uma parceria entre a UNEB e a Universidade Federal da Bahia), por meio do qual pesquiso os sistemas de gestão da educação a distância no Brasil para consolidar os meus estudos.

Esse é o seu segundo mandato à frente do Fórum Nacional de Coordenadores. Quais são suas principais atividades e funções?
SR: Nesse fórum, represento todas as 28 universidades estaduais do país que integram a Universidade Aberta do Brasil. Travamos nele uma luta pelo reconhecimento do valor dessas instituições para o sistema de ensino superior público no país. Temos reuniões mensais com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/MEC), que visam o aperfeiçoamento e a consolidação do sistema UAB. Nesses encontros, elaboramos propostas para a melhoria da qualidade do ensino na modalidade EaD e para a expansão do sistema. Na Vice-Presidência, trabalho junto com a presidente do fórum, Denise de Abreu e Lima, professora da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), e com os coordenadores de nossos grupos de trabalho. 

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Coordenador informa que a UNEB vai oferecer este ano oito novos cursos de especialização e extensão

A sua reeleição pode ser considerada um reconhecimento à liderança da UNEB nessa área?
SR: Certamente. Nossa universidade participa de todos os fóruns que atuam para a consolidação da educação a distância no Brasil. Ajudamos a fundar e a consolidar a UniRede — uma associação de universidades publicas que é responsável pelo promoção do maior congresso de EaD não privado do país , e o Esud (Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância), que terá sua edição deste ano realizada em Recife (PE). Na UniRede, sou membro do Conselho de Coordenação Política. Faço parte ainda da Câmara de Técnica de Educação a Distância, da Associação Brasileira dos Reitores das Universidade Estaduais e Municipais (ABruem). A UNEB está representada nas principais entidades universitárias que trabalham com EaD no Brasil.
A UNEB já consolidou seus cursos em EaD? Faça um resumo histórico desse processo.
SR: Conquistamos o respeito de todas as universidades e dos órgãos federais que atuam na área e isso nos permite conduzir com mais tranquilidade os nossos projetos locais. A UAB foi o grande impulso para a UNEB iniciar sua atuação em EaD e tem sido o principal suporte para a continuidade dos nossos projetos. O sistema, que é coordenado pela Capes, congrega 92 instituições públicas, com 183 mil alunos matriculados, e cresceu vertiginosamente nos últimos anos, levando a formação universitária para os rincões mais longínquos do país. Em um rápido balanço, podemos dizer que a UNEB avançou muito em educação a distância desde que iniciou a oferta dessa modalidade, em 2002. No início, criamos alguns cursos de extensão e de especialização, e ofertamos disciplinas do mestrado em educação e contemporaneidade (PPGEduC). Em 2006, demos início à nossa primeira graduação (administração) e, dois anos mais tarde, ingressamos definitivamente no sistema UAB, com a oferta das licenciaturas em matemática, história e química. Em 2010, ingressamos em dois relevantes programas do governo federal: o Plano de Ações Articuladas (PAR) por meio do qual se pretende formar 300 mil professores de sistemas públicos estaduais e municipais de ensino em todo o país. Neste programa, ofertamos 11 cursos de licenciatura e somos responsáveis por aproximadamente sete mil alunos — e o Programa Nacional de Formação em Administração Publica (PNAP), no qual mantemos um bacharelado em administração pública e três especializações: gestão municipal, gestão em saúde e gestão pública. O PNAP visa qualificar o servidor público brasileiro em todos os níveis de governo.
cursos_ead_unebPara 2012, quais os projetos e investimentos que a UNEB prevê?
SR: Em um trabalho conjunto com as pró-reitorias de Pós-Graduação (PPG) e de Extensão (Proex), conseguimos a aprovação em edital da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), vinculada ao MEC, de oito cursos de especialização e extensão na modalidade de educação a distância. Esses cursos serão ofertados este ano para professores da rede pública. As especializações contemplam as áreas de direitos humanos, de educação ambiental e de gênero e diversidade na escola. Já os cursos de extensão atendem as áreas de educação de jovens e adultos, educação para a diversidade, educação étnico-racial, educação no campo e gestão de políticas públicas para gênero e raça. Com a aprovação, UNEB ingressou automaticamente na Rede de Educação para a Diversidade (Rede/MEC), fazendo parte de outro grande programa de abrangência nacional. Isso nos dá a perspectiva de nos situarmos entre as maiores universidades do país que atuam na modalidade a distância. Podemos nos tornar líderes nacionais em EaD entre as instituições públicas, pelo sistema UAB. Gostaria de ressaltar que uma parcela significativa da comunidade acadêmica da universidade contribuiu efetivamente para a elaboração do projeto dos cursos. A EaD é hoje um projeto institucional que pertence à comunidade unebiana e que conta com o apoio integral do magnífico reitor Lourisvaldo Valentim e da vice-reitora Adriana Marmori, além de ter atuação dedicada de 17 coordenadores de cursos e da equipe multidisciplinar que compõe a Coordenação UAB-UNEB. Apesar de atualmente gerenciar essa coordenação, não posso deixar de registrar as contribuições importantes dos meus antecessores, tais como o professor Daniel Góes, que foi o primeiro coordenador-geral de EaD na UNEB, época em que ocupei o cargo de vice-coordenador, e o professor Arnaud Soares, que o sucedeu. Além deles, outros colegas (professores, técnicos administrativos e estudantes) foram e continuam sendo muito importantes para todas essas conquistas.
Foto e arte (home): Anderson Freire/Ascom


FONTE: Jornal do Professor

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