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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Professor da USP de São Carlos lança curso on-line de escrita científica

24/05/2013

Agência FAPESP – O professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP) Valtencir Zucolotto lançou na internet e em DVD o “Curso de Escrita Científica: produção de artigos de alto impacto”, com dicas para pesquisadores e estudantes de pós-graduação que escrevem textos para publicações científicas.
Os DVDs, com vídeo-aulas abordando a estrutura e a linguagem dos artigos, serão distribuídos gratuitamente para bibliotecas e instituições públicas. Eles serão enviados às universidades públicas paulistas e a outras universidades federais – neste caso, sob demanda e de acordo com a disponibilidade.
O material – que consiste em oito módulos, divididos em dois DVDs – tem tópicos como seções de um artigo regular, aspectos de linguagem e editoração. Um dos módulos fala especificamente sobre a redação em inglês. De acordo com o professor, por enquanto não há previsão de colocar os DVDs à venda.
Todo o conteúdo está disponibilizado na página www.escritacientifica.com. “Os interessados poderão acessar não apenas os vídeos dos cursos, mas também fazer o download de apostilas e outros materiais de apoio”, afirmou Zucolotto.
Além de professor no IFSC, onde coordena o Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicologia, Zucolotto é membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e editor associado da publicação internacional Journal of Biomedical Nanotechnology. Ele ministra cursos de escrita científica há mais de oito anos. O DVD foi produzido em parceria com o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cepof) do IFSC/USP.
Mais informações pelos telefones (16) 3373-9778 e 3373-9779 e pelo e-mail bib@ifsc.usp.br.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Unicamp lança ferramenta educacional na internet


Agência FAPESP – A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) lançou uma nova ferramenta educacional, o portal e-Unicamp, que já está operando experimentalmente.

O novo portal foi criado pelo Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE), em conjunto com as pró-reitorias de Graduação e de Pós-Graduação. A proposta é estimular o uso de tecnologias na área de educação e incentivar o relacionamento entre docentes, alunos e a comunidade em geral.

O novo serviço começa com diversos vídeos, animações, simulações e ilustrações para apoiar as aulas de diversas disciplinas criadas por professores da universidade.

De acordo com a Unicamp, o novo portal foi desenvolvido para impulsionar o uso de tecnologias educacionais que permitem a criação de novos relacionamentos entre professores, estudantes e comunidade. O acesso aos materiais poderá ser feito de forma livre e sem custo. Não há necessidade de se inscrever nem de outras formalidades, mas é preciso observar e estar de acordo com as condições previstas nos termos de uso.

Paralelamente ao portal, o usuário pode empregar o ToolDo, um software livre que permite desenvolver conteúdo multimídia, organizado em aulas, tópicos e páginas. Suas funcionalidades são acessadas por meio da internet, sem a necessidade de instalar software específico. O software administra as etapas de editoração antes mesmo da publicação.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Seminário Virtual Nacional sobre a Lei nº 10.639/03




As inscrições para o Seminário Virtual estão abertas no site da FUNDAJ


O seminário objetiva realizar uma comemoração reflexiva dos 10 anos da Lei 10.639/03 em rede, na Plataforma "Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment"- Moodle, no portal da Fundação Joaquim Nabuco - FUNDAJ. A idéia de realização do Seminário nasceu em Florianópolis, no último Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros. A proposta é que ele seja realizado pelo Consórcio Nacional de Núcleos de Estudos Afro Brasileiros - CONNEABs, pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros - ABPN, pelo GT 21, “Educação e Relações Étnico-Raciais”, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação - ANPED, pela Fundação Joaquim Nabuco e pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades - CEERT. O Seminário pretende realizar uma discussão sobre diferentes aspectos relacionados às conquistas e aos desafios presentes nos processos de implementação da Educação das Relações Étnico-Raciais nas redes de Ensino.

OBJETIVOS
1.         Debater de forma ampla as conquistas e desafios vividos nos processos de implementação da lei no10.639/03 a partir das experiências dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, das Redes de Ensino e dos Fóruns Estaduais e Municipais de Educação e Diversidade Étnico-Racial.
2.         Socializar experiências desenvolvidas pelas redes de ensino nas diferentes regiões do país.
3.         Refletir sobre os temas fundamentais que envolvem a Educação das Relações étnico-Raciais.
4.         Publicar um livro que contemple os resultados do Seminário.
5.         Produzir um Documentário a partir de depoimentos sobre os 10 anos da Lei 10.639/03.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

MEC desenvolve plataforma nacional digital da educação


O Ministério da Educação (MEC) está elaborando, em conjunto com secretarias, organizações sem fins lucrativos e empresas, uma plataforma nacional digital para a educação básica. A ideia é que ela ofereça aulas digitais estruturadas, com objetos de aprendizagem variados (vídeos, textos e jogos), e um conteúdo esquematizado - mas de modo com que cada rede ou escola organize seu currículo. A plataforma começou a ser pensada em fevereiro e deve ser lançada no início do ano que vem.

A ideia é de que as aulas digitais tenham níveis de complexidade, para que alunos em diferentes fase de evolução possam escolher o que fazer - objetivo é que haja opções do tipo de aula. O portal deve contar ainda com um sistema de avaliação que, além de monitorar o que o aluno aprendeu, já o direcione para um exercício ou conteúdo específico.

O plano inicial era começar a construção do projeto com uma plataforma voltada para os anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano). Mas, segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, por causa da preocupação do governo federal com o ensino médio, essa etapa não será deixada de lado já no início. Se for para aplicar recursos federais na produção de conteúdos digitais, esse investimento será feito para suprir o ensino médio.

Desde o ano passado, a pasta está mobilizada com secretarias estaduais para fortalecer uma nova identidade para essa etapa. E, nesse plano, a tecnologia teria papel fundamental.

O conteúdo dessa nova plataforma estaria organizado de acordo com as expectativas de aprendizagem baseadas nos descritores da Prova Brasil. Além de prever a produção de conteúdo especialmente para formar o portal, o projeto também deve reunir iniciativas bem-sucedidas realizadas pelo País.

A ideia de um modelo nacional surgiu de uma dessas iniciativas, a da cidade do Rio de Janeiro. As escolas cariocas contam desde 2011 com a Educopédia, plataforma de conteúdo digital. Como todo o material é aberto, cerca de 200 municípios utilizam formal ou informalmente. "Em uma visita de integrantes do MEC ao Rio, começamos a pensar o que seria uma plataforma nacional, que pudesse ser customizada para cada Estado", explica a secretária municipal de Educação do Rio, Claudia Costin.

Segundo ela, cada rede poderá colocar seu próprio sequenciamento de aulas e currículo e também customizar conteúdos. "Apesar de ser mobilizada pelo MEC, com participação nossa e de outras secretarias, ainda haveria a possibilidade de as redes recriarem para diferentes contextos, sem que nada seja idêntico."

A secretária lembra que durante muito tempo houve um debate sobre se colocar computadores na escola era desperdício, "e, de fato, só essa presença não mexeu com o processo de aprendizagem". "Mas hoje o computador entrou como ferramenta de apoio ao professor e de aprendizagem do aluno. A utilização adequada de portais de aprendizagem permite uma educação personalizada, sem perder a escala", diz ela, citando o que tem sido feito com o novo modelo de escola criado na cidade, o Gente, como mostrou reportagem publicada no domingo (31/03) no Estado.

Colaboração
Além de aulas prontas (divididas em três níveis de complexidade), a plataforma deve ser equipada com ferramentas de customização e criação de novas atividades, áreas de compartilhamento e orientações para os professores.
Um grupo de instituições e empresas já está participando das conversas. "Há uma série de inovações que a iniciativa privada pode trazer, além de reunir esforços para um projeto único", diz Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare e portal Porvir. Anna tem colaborado na sistematização de uma proposta e também no mapeamento de ações realizadas pelo País e que podem ser aproveitadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Simpósio Baiano de Inovação em EaD - BA


De­bater as ino­va­ções na edu­cação a dis­tância. Esse é o ob­je­tivo do Sim­pósio Baiano de Ino­vação em EaD que acon­tece nos dias 2 e 3 de abril de 2013, das 8 às 18h, no Ins­ti­tuto Anísio Tei­xeira.

A pro­gra­mação do evento con­templa a apre­sen­tação de tra­ba­lhos ci­en­tí­ficos e ex­pe­ri­ên­cias prá­ticas sobre a EaD. Além disso, o sim­pósio vai contar com a par­ti­ci­pação de ex­po­entes da edu­cação a dis­tância no Brasil e atores en­vol­vidos em cursos e pro­gramas do en­sino me­diado por tec­no­lo­gias (co­or­de­na­dores ins­ti­tu­ci­o­nais, de polo, de curso, de tu­toria, tu­tores e re­pre­sen­tantes dis­centes da Bahia).

Se­gundo o Di­retor de Edu­cação a Dis­tância do IAT, Ro­drigo Aragão, “o evento pre­tende reunir os pro­fis­si­o­nais de EaD das Ins­ti­tui­ções de En­sino  pú­blicas e pri­vadas de todo o Es­tado, ob­je­ti­vando pro­mover a re­flexão e a so­ci­a­li­zação de po­lí­ticas e prá­ticas ino­va­doras para a edu­cação me­diada por tec­no­lo­gias”, ex­plica Ro­drigo.

Ou­tras in­for­ma­ções podem ser ob­tidas através do e-mail simposio.ead@educacao.ba.gov.br.

domingo, 3 de março de 2013

PIMESP: ensino à distância travestido de política de cotas?


- Uma primeira leitura da proposta do Cruesp -
O Conselho de Reitores da Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp)1 divulgou, em fevereiro de 2013, o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Paulista(PIMESP), com a principal finalidade de incluir no ensino público superior paulista um percentual de estudantes provenientes das redes públicas de ensino médio, destinando, dentro deste, cota específica para negros, pardos e indígenas.
Segundo o referido Programa, o percentual de ingressantes provenientes das escolas públicas (aqui abreviado para EP) deve atingir, em três anos, no mínimo 50% das vagas, sendo que a participação de autodeclarados pretos, pardos e indígenas (abreviado para PPI) deve ocorrer na proporção encontrada no território paulista. Chamamos os ingressantes por esse processo de cotistas. O documento menciona que os percentuais de cotistas devem ser satisfeitos por curso e por turno (diurno e noturno), fato este muito importante uma vez que, garantido o acesso, a exclusão econômica e social ocorre primordialmente pelo curso frequentado.
Essa proposta do Cruesp deve ser analisada com atenção, até mesmo para que possíveis méritos sejam preservados, mas também para que ela eventualmente não se transforme apenas em um instrumento demagógico e sirva a propósitos eleitoreiros, o que não raro tem ocorrido com ações de governo.
O que é, de fato, o PIMESP?
O documento que apresenta o Programa destaca – em pormenores – aspectos relativos à criação de um Instituto Comunitário de Ensino Superior (ICES), ligado àUniversidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), mas não destaca, nem detalha questões importantes referentes propriamente às cotas. Como entender tal opção?
Vale dizer, o documento parece ocupar-se, centralmente, de mais uma tentativa de implantação do ensino à distância (EàD), aproveitando-se de um grave problema – que é a exclusão social por meio do sistema educacional paulista – ao invés de preocupar-se de fato com uma proposta para a superação desse problema, que é atinente à esfera estadual.
Uma vez que 98% dos concluintes do ensino médio público frequentaram escolas estaduais (por ano, perto de 360 mil jovens concluem o ensino médio na rede estadual e apenas pouco mais de 6 mil em escolas municipais ou federais), o fato de haver necessidade de uma discriminação positiva para a população EP é, por si só e infelizmente, um reconhecimento da falência da educação básica paulista. Como nada é dito sobre soluções para essa rede de ensino e nem sequer é feito um diagnóstico dos problemas por ela criados, é inevitável desconfiar que o PIMESP possa resultar em um programa que contribua para a perenização do problema mencionado.
O Programa também é omisso quando não analisa as consequências da imensa privatização do ensino superior paulista. Esse aspecto é importante, por estar relacionado a um possível impacto de uma política de cotas. Vejamos. No total – desconsiderando por ora o sistema FATEC-CPS (Faculdades de Tecnologia de São Paulo-Centro Paula Souza), incluído nas tabelas que fazem parte da proposta, e focando na USP – o sistema de cotas pode dar acesso ao ensino superior a um número de estudantes da ordem de 5 mil ao ano, ou seja, perto de 1,5% do total de concluintes. Se incluirmos as duas outras universidades e ainda as duas faculdades de medicina isoladas, também estaduais, segundo os dados de 2012 apresentados, as matrículas dos ingressantes correspondem a 21,4 mil e a porcentagem dosincluídos pela proposta apenas dobra, mostrando a limitação do programa.
Caso a privatização em São Paulo fosse equivalente à observada em outros estados, esse percentual seria duas vezes maior e caso fosse equivalente aos níveis de privatização observados em estados onde a presença do setor público é mais importante, o número de beneficiados pela política de cotas seria cerca de cinco vezes maior, como pode ser verificado pelos dados apresentados nas figuras 1 e 2. Na verdade, é escandaloso que o estado mais rico e mais industrializado da nação disponibilize apenas 5 matrículas públicas por mil habitantes no seu sistema de educação superior, ombreando-se a Rondônia, nesse aspecto, enquanto é campeão em privatização.
Um programa que aborde a questão do acesso ao ensino público superior não pode omitir uma análise de possíveis soluções para a pequena presença do setor público no ensino superior paulista e, isso, diz respeito – também, mas não apenas – à pequena presença das universidades federais no estado.


Quem serão os cotistas? Como se pretende fazer a Inclusão?
Ao contrário do que define a Lei de Cotas para as universidades federais, no projeto PIMESP não há definição alguma sobre a condição econômica das famílias de origem dos cotistas, apenas a regra básica de que eles devem ter cursado o ensino médio em escolas públicas. Ora, a própria Tabela 1 do projeto PIMESP demonstra que os ingressantes no sistema FATEC-CPS já em 2012 mais do que satisfizeram as regras das cotas pretendidas: 75% dos ingressantes vieram da EP (provavelmente, em sua maioria, provindos das próprias Escolas Técnicas do Centro Paula Souza...) e, do total dos 22 mil ingressantes, praticamente um quarto são do grupo PPI, havendo uma boa superposição PPI + EP. Essa situação é totalmente diversa nas universidades e faculdades estaduais, demonstrando que uma parte considerável de PPI não provém de EP, estranhamente, inclusive entre os candidatos. O que isso pode significar?
O PIMESP se propõe a ser um programa de Inclusão com Mérito, o que pressupõe que haja alguma preocupação com o perfil dos cotistas futuros e ações para recuperar as deficiências e lacunas que, porventura, o sistema de educação básica tenha deixado, preocupação esta aliás, que, se posta deveria ser geral e não restrita aos cotistas. Mas, qual é o real conhecimento a respeito?
Dado o problema de fundo, que é a considerável falta de vagas públicas na educação superior paulista, o perfil dos cotistas, e as necessidades de intervenção dele decorrente, dependerá muito do curso escolhido. Dependendo do curso pode ser necessário um reforço em áreas específicas: ciências da vida, ciências exatas, ciências humanas etc., ou até poderá ser necessário um reforço em várias dessas áreas. Há casos em que o reforço pode ser realizado em concomitância com as disciplinas de graduação e outros que podem exigir um período longo de dedicação integral. Em muitos casos, pode simplesmente não ser necessário reforço algum.
Para ilustrar como o reforço pode depender de caso para caso, consideremos o perfil do desempenho estudantil mostrado na figura 3 (construído com base nos resultados do ENEM de 2008). A Figura 3 mostra os histogramas das notas dos estudantes provenientes das redes estadual e privada. Suponhamos que as três universidades públicas atendam atualmente cerca de 7 mil estudantes provenientes de escolas públicas, o que corresponde a cerca de 1,9% do total de concluintes nesses estabelecimentos. Caso esses 7 mil estudantes sejam os de melhor desempenho, nessa particular prova, a nota de corte correspondente seria de 62,3 pontos, em uma escala de zero a cem, indicada na Figura 3. Caso um sistema de cotas obrigue a inclusão de mais 4 mil estudantes, situação também próxima da que deverá ser obedecida pelas três universidades estaduais, seria preciso atender os 3,0% com maiores notas, cujo corte é 60,8, também indicado na figura 3.
Contudo, uma análise como essa não pode ser feita desse modo global, pois a oferta e a procura pelos diversos cursos oferecidos é bastante desigual e portanto a análise deve ser feita curso a curso e ter como base as notas nos vestibulares para os diversos cursos das diferentes instituições. Porém, ainda que aproximadamente, o exercício aqui apresentado dá uma ideia de que tipo de eventuais diferenças pode-se esperar entre os cotistas e os que já hoje ingressam nos cursos superiores públicos. Note-se que a diferença relativa nas notas de corte, quando se aumenta o número de ingressantes de 7 mil para 11 mil, de 62,3 para 60,8, da ordem de 2,4%, é bem menor do que as dispersões das notas dos atualmente ingressantes, mesmo nos cursos cujos estudantes apresentam melhores desempenhos. Caso a diferença fosse apenas aquela, da ordem de 2% na “nota de corte”, não haveria necessidade de nenhum processo de recuperação. Por certo, análise desse tipo deve ser feita curso a curso, pois as diferenças entre cotistas e não cotistas devem variar de curso para curso.
É preciso insistir que eventuais programas de recuperação devem depender de cada curso, tanto por causa das eventuais deficiências apresentadas pelos ingressantes nos diferentes cursos, como pelas exigências destes mesmos cursos.

Pelas razões expostas anteriormente, os processos de recuperação devem considerar o perfil dos cotistas, suas eventuais deficiências e as dos cursos que frequentarão. Assim, caso de fato se justifique, as unidades de ensino é que poderiam ser responsáveis pelo processo de recuperação, e não um ente desligado até mesmo das universidades.
Como selecionar os estudantes?
Um aspecto importante é a forma de preencher as vagas dos cotistas. O PIMESP propõe que, nos dois primeiros anos da implantação, 100% das metas de inclusão, que são crescentes ao longo de 3 anos, sejam atingidas por uma escolha que absolutamente não é especificada na proposta. Há apenas – na primeira frase do item 1.2.2 – uma menção de quecada universidade deva criar um Plano Institucional de Recrutamento (?!). Em que consiste? Como a universidade vai “recrutar” estudantes? A classificação será feita em função das notas obtidas no vestibular da FUVEST? Como saber quem está se candidatando a uma vaga pelo sistema PIMESP? Por que o CRUESP e o governo do estado apresentaram um projeto sobre tema tão sério, sem se dar ao trabalho de explicitar claramente essas questões?
O que se pretende, de fato, com o ICES?
O ICES é um elemento-chave na proposta PIMESP: a partir do terceiro ano da implantação, 40% do ingresso de cotistas se daria necessariamente (?) por estudantes que tivessem tido êxito (aproveitamento superior a 70%) no Curso Superior Sequencial, oferecido pela Univesp em sistema EàD. Nesse caso, a escolha seria feita pela nota do ENEM e haveria duas possibilidades de migração para as instituições já existentes no sistema presencial paulista: após um ano para as FATEC e, após 2 anos, para as universidades.
Assim, o PIMESP propõe que parte dos eventuais cotistas façam dois anos adicionais de cursos de recuperação (?) oferecidos pelo ICES, em colaboração com a Univesp. Uma pergunta evidente é: por que seria preciso essa dupla de entidades para oferecer os cursos de recuperação? Não bastaria uma? O documento é omisso quanto à questão. Além disso, eventuais programas de recuperação deveriam ser desenvolvidos pelas próprias unidades de ensino envolvidas, tanto por conta das diferentes características dos cotistas que frequentariam futuramente os diversos cursos, como por causa das especificidades das exigências de cada um desses cursos.
Um olhar para as disciplinas a serem oferecidas pelo ICES parece desvendar que o verdadeiro propósito da criação desse Instituto, além da popularização do EàD, é tornar realidade uma velha aspiração do governo – oferecer um ensino, a médio prazo, mais barato e batizá-lo de ensino superior. O que “Princípios de Economia”, “Profissionalização, Inovação e Empreendedorismo”, “Liderança e Trabalho em Equipe”, a serem oferecidos no segundo ano, podem acrescentar aos ingressantes na maioria dos cursos das universidades estaduais? Além disso, há no primeiro ano “Serviços e Administração do tempo” e “Gerenciamento de Projetos”, que até poderiam ser interessantes, mas cujo escopo, num curso à distância e no início da inclusão, não parece nada definível. Portanto, parece claro que, para a maioria dos egressos do ICES, pretende-se que esse curso seja terminal. O que isso tem a ver com um programa de cotas para a educação superior?
As definições da expressão “empreendedorismo”, desde o surgimento há cerca meio século, estão relacionadas a processos econômicos que visam à realização de lucros. Tal disciplina em nada contribuirá para a preparação de um estudante para o ensino superior, nem tampouco corresponde ao programa usual do ensino médio, cujas deficiências os cursos propostos pretendem sanar.
Comentário equivalente vale para a disciplina “Matemática Financeira”, sem especificar sua ementa. A disciplina “Princípios da Economia”, também sem detalhes da ementa, soa estranha em um programa que pretende recuperar falhas do ensino médio. Seria macroeconomia, microeconomia ou economia pública?
Estão ausentes, na proposta do ICES, as disciplinas Biologia, Geografia, História e outras típicas do ensino médio; a disciplina de Física se restringe a Mecânica e Eletricidade, apenas no primeiro ano (por exemplo,Termodinâmica não seria importante?), quando também há pinceladas de Matemática e Química. Apenas alguns tópicos de Matemática se estendem ao segundo ano. Por que disso?
Se o PIMESP fosse efetivamente uma proposta de inclusão na educação superior por meio de cotas, talvez essas perguntas nem precisassem ser respondidas. Primeiro, porque o uso do EàD é altamente questionável para a formação inicial de pessoas2. Segundo, porque a recuperação depende tanto das deficiências específicas dos cotistas como das exigências do curso frequentado, com já repetidamente afirmado. Terceiro, ainda que parte dos cotistas apresente deficiências educacionais, tais cotistas podem ser potencialmente bons estudantes, que apenas necessitam de estímulo e acompanhamento individual para reconhecerem onde estão suas possíveis lacunas, não havendo necessidade de gastar dois anos inteiros para recuperar essas eventuais deficiências.
Há equívocos quantitativos na proposta
Logo de início, chama a atenção uma certa imprecisão no uso de dados quantitativos. Por exemplo, para avaliar a eficiência do sistema educacional no país, o documento busca comparar o número de ingressantes no ensino fundamental em 1995 com o de concluintes do ensino médio em 2011. Entretanto, comete um equívoco ao considerar a existência de “6,6 milhões de alunos ingressantes” quando, de fato esse número corresponde ao total de matrículas no primeiro ano do ensino fundamental, o que inclui repetentes, evadidos com nova matrícula, dupla matrícula em um mesmo ano etc. e não ao número de ingressantes, que é da ordem de três milhões e meio, correspondendo à população em uma coorte etária de um ano de idade. Esse mesmo tipo de equívoco se repete em outros pontos do documento.
Ao valer-se de dados das instituições estaduais de ensino superior (das três universidades, das duas escolas de medicina isoladas e das FATEC), o documento afirma que o aumento de estudantes EP e PPI para que as cotas mínimas sejam atingidas deve ser de 4.520. Esse valor é extrapolado da realidade do particular ano de 2012, sem nenhuma justificativa para sua precisão.
A ocorrência dos equívocos citados não faz sentido em um documento público sabidamente preparado pelo governo estadual por meio de uma entidade como o CRUESP, mostrando que ele pode ter sido elaborado de forma açodada e/ou, no mínimo, sem os devidos cuidados que se espera em um documento dessa natureza. Seja como for, o fato é incompreensível.
Conclusão, mesmo que parcial
Uma decisão quanto às políticas de cotas poderá estar em vigor durante anos ou mesmo por algumas décadas, ainda que o sistema público de educação básica venha a ser muito melhorado. Portanto, erros cometidos hoje poderão ter graves consequências durante muito tempo e provocar danos nada desprezíveis à sociedade.
Não é possível decidir os critérios das cotas, os processos de seleção e o sistema de cursos de recuperação sem as devidas informações. E elas existem. O sistema de cotas tem sido adotado por diversas universidades e seus resultados são conhecidos: há desde aquelas nas quais o desempenho dos cotistas é equivalente ao dos demais estudantes, e mesmo casos em que são ainda melhores, como também situações nas quais os cotistas não acompanham os cursos ou apresentam taxas de evasão superior à dos demais estudantes. Evidentemente, essas características dependem do perfil dos cotistas e dos cursos. Estudar esses casos e diagnosticar suas origens são aspectos fundamentais.
Os órgãos que fazem os vestibulares da USP, Unesp e Unicamp têm as informações necessárias para que se tenha uma boa ideia do perfil dos potenciais cotistas. É necessário estudar esses dados e tomar as decisões com base em informações confiáveis, não em análises superficiais e insuficientes, como sói acontecer em documentos elaborados às pressas...
Não podemos deixar que a eventual política de cotas venha a ser definida com base em calendários políticos ou eleitorais, nem que decisões sejam tomadas com base no que se ignora e não no que se conhece, nem que uma política dessa dimensão e com um potencial de impacto social seja usada para viabilizar outros projetos governamentais, como o uso indiscriminado do EàD, ou da introdução de ensino médio complementar à baixo custo, batizado de ensino superior.

Diretoria da ADUSP, 28 de fevereiro de 2013
1 O Cruesp é constituído pelos reitores da três universidades estaduais paulistas e pelos titulares da Secretaria de Ensino Superior e da Secretaria da Educação, embora nas reuniões com o Fórum das Seis, que representa docentes, funcionários técnico e administrativos e estudantes das três universidades e do Centro Paula Souza têm participado apenas os três reitores.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Grandes especialistas reunidos na terceira edição da Jornada EaD: o futuro da arte - BA

No dia 06 de abril o auditório da Universidade Anhembi Morumbi receberá alguns dos mais importantes pesquisadores de Educação a Distância (EaD) do país. É a III Edição da Jornada Educação a Distância: o futuro da arte. Do evento fazem parte atividades que compõem um dia inteiro de imersão em conhecimento sobre educação e tecnologias.



A programação será aberta com a palestra do professor e coordenador do evento João Mattar (UAM e PUC-SP) intitulada Games, Redes Sociais & MOOCs. No momento de abertura da Jornada EaD, o especialista em tecnologias educacionais e educação a distância irá apresentar ao público algumas das reflexões que coloca em pauta diariamente nas redes sociais e no blog De Mattar. João Mattar é considerado um dos maiores agitadores culturais de redes sociais no país.




Logo em seguida, a professora Andrea Filatro (SENAI) comanda a palestra Evolução do Design Instrucional e Desafios Futuros. O termo Design Instrucional (DI) é um dos mais empregados nas discussões sobre educação a distância e diz respeito aos processos de planejamento, formatação e desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos e atividades pedagógicas específicas para a EaD. Na palestra, a pesquisadora vai destacar a evolução dos conceitos, processos e produtos oriundos das práticas de DI.



Para encerrar a manhã de atividades da Jornada EaD, a professora Lúcia Santaella (PUC-SP) fará parte de um bate-papo sobre os diversos temas que perpassam sua obra, entre eles semiótica, cibercultura, linguagens líquidas e educação ubíqua. O momento Cara a Cara - Linguagens Líquidas e Educação Ubíqua foi pensado para aproximar o público de autores muito referenciados, como é o caso da professora Lucia Santaella.




Tablets e Smartphones reinventando a Educação é o título do workshop que abre as atividades da Jornada EaD no turno da tarde e que será comandado por André Genesini (Educamos Online). “Nesta atividade serão descritos alguns dos principais aplicativos e metodologias usadas para integrar os tablets e smartphones ao currículo. Alguns aplicativos e tecnologias serão demonstrados com a participação de todos os participantes que estiverem portando smartphone ou tablet”, afirma o especialista.



Continuando a série de atividades, a Jornada EaD vai receber a professora Maria Elisabeth Bianconcini de Almeida (PUC-SP) para o debate Pedagogia a Distância e uso das TDICs. Na ocasião serão discutidos os resultados de pesquisa encomendada pela Fundação Victor Civita sobre o Curso de Pedagogia a Distância no Brasil, com destaque para a identificação do pouco uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) no curso.



MARKETING DIGITAL E EDUCAÇÃO


Uma das principais dificuldades encontradas pelos professores e produtores de materiais didáticos e conteúdos educativos é fazer suas produções ganharem o mundo. Até mesmo as produções online abertas encontram dificuldades para serem difundidas e chegarem até o seu público-alvo.

Alcançar altos índices de acesso para e-books, vídeos e blogs é o desejo daqueles que buscam disseminar o seu conteúdo na web. Diversas estratégias para se alcançar esse objetivo são discutidas por professores, gestores e profissionais de marketing, com o objetivo comum de desenvolver soluções para essas questões. No cenário atual, muitas das estratégias tomam como base o uso das tecnologias.

Pensando em ampliar ainda mais essa discussão, a Jornada EaD: o futuro da arte convidou a coordenadora e professora do curso de MBA em Marketing da HSM Educação, Martha Gabriel, que irá proferir a palestra Marketing Digital para Instituições de Ensino.

Nomeada entre os 100 Top Web-Savvy Professors 2012 pela Best Online Universities, especialista mundial em marketing digital, palestrante internacional premiada, autora do best seller Marketing na Era Digital e apontada como o professor de marketing brasileiro mais influente no Twitter pela SMMagazine, Martha Gabriel discutirá estratégias de marketing digital para instituições de ensino, como redes sociais, mobile e busca. Em sua palestra também serão apresentados cases que ilustram a aplicação dessas estratégias. Na ocasião, o público terá a oportunidade de conhecer as principais características do marketing na era digital e compreender o significado de termos como SEM e SEO.

Com inscrições e pagamento facilitados por sistema online, a Jornada oferece ao público uma programação especial, composta por palestras, debates, workshop e lançamentos de livros com autores presentes e sessão de autógrafos. O evento conta com o apoio da Universidade Anhembi Morumbi, da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP (TIDD), do Portal Educação e do Moodle Livre.

Além das palestras e debates, a inscrição para o dia de atividades inclui alimentação servida no local do evento. Os participantes também recebem certificação e participam de sorteio de brindes. Professores, tutores, profissionais de mídias sociais e tecnologia, gestores de educação a distância e de instituições de ensino, empresas e universidades corporativas já podem realizar a inscrição no link: http://eadfa3.blogspot.com.br/p/inscricoes.html

SERVIÇO

III Jornada Educação a Distância: o futuro da arte
Quando? 06 de abril de 2013 (sábado). 
Onde? Auditório da Universidade Anhembi Morumbi. Rua Casa do Ator, 275. Vila Olímpia. São Paulo. 
Horário? 08 às 18h. 
 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Princípios e Direitos da Educação On-line



Um grupo formado por 12 especialistas em educação on-line do mundo se reuniu para elaborar uma Declaração de Princípios e Direitos da Educação On-line, dentre eles Sebastian Thrun, da Udacity, e Betsy Corcoran, cofundadora do Edsurge. Durante mais de um mês, eles se debruçaram sobre os limites éticos do ensino virtual, até onde se pode ir e que valores respeitar. Eles produziram um documento, traduzido do EdSurge pelo Porvir, com os 9 direitos e 10 princípios da educação no contexto virtual.
 
“Acreditamos que os cursos on-line podem criar oportunidades de aprendizado significativas e em escala (…). Estamos cientes do quanto ainda não sabemos: que ainda teremos que explorar todo o potencial pedagógico do aprendizado on-line, o quanto isso pode mudar a forma com ensinamos, aprendemos e nos conectamos”, disseram os autores no preâmbulo do documento. Agora eles convidam os interessados no tema a contribuir com o refinamento da declaração. As pessoas podem participar na própria plataforma ou via Twitter usando a hashtag #learnersrights.
Confira, a seguir, o infográfico que resume a declaração e abaixo o texto em português.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O que é preciso para ser um/a eficaz e inovador/a designer de cursos on-line? (por Connie Malamed)


Trabalhando na área por 20 anos, eu tenho gerenciado, orientado e aprendido a partir da observação e análise das habilidades de muitos designers instrucionais. Como resultado, eu resumi as qualidades, conhecimentos e habilidades que eu acho que o/a designer instrucional ideal deve possuir ou desenvolver numa lista das 10 mais. Esta lista se concentra no design instrucional para eLearning.

O/A designer instrucional sucesso deve:
  • Entender conceitualmente e intuitivamente como as pessoas aprendem.
  • Saber como se conectar com uma audiência em um nível emocional.
  • Ser capaz de imaginar a si mesmo como o aluno / membro da plateia.
  • Ser obcecado por aprender tudo.
  • Realizar criativos brainstorms e criar estratégias instrucionais inovadoras.
  • Visualizar gráficos de instrução, a interface do usuário, interações e o produto acabado.
  • Escreva bem textos instrucionais, scripts de áudio e scripts de vídeo.
  • Trocar ideias com especialistas no assunto e com os membros da equipe.
  • Conhecer as capacidades das ferramentas de desenvolvimento e software de eLearning.
  • Entender de  áreas relacionadas - design de experiência e usabilidade, design de informação, comunicação e novas tecnologias.

Que qualidades você adicionaria a esta lista? Comente abaixo.

Texto retirado do site The eLearning Coach, de Connie Malamed

sábado, 8 de dezembro de 2012

As 12 tendências tecnológicas da educação brasileira até 2017

Estudo divulgado nesta semana pelo Horizon Report Brasil aponta potenciais ferramentas tecnológicas a serem usadas na educação no Brasil nos próximos 5 anos

Porvir | 08/12/2012 05:00:00

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2012-12-08/as-12-tendencias-tecnologicas-da-educacao-brasileira-ate-2017.html


Laboratórios móveis, redes, inteligências colaborativas, geolocalização, aprendizado baseado em jogos, conteúdo aberto. Achou essa lista futurista demais para ser usado em escala nas escolas do Brasil, públicas e privadas? Talvez ela não seja tão inalcançável assim. O sistema Firjan reuniu um grupo de 30 especialistas para analisar o estado do uso da tecnologia em práticas no país e fez prognósticos sobre quais ferramentas já estarão sendo usadas em escala em um horizonte de até cinco anos.


O estudo “As Perspectivas Tecnológicas para o Ensino Fundamental e Médio Brasileiro de 2012 a 2017: Uma Análise Regional do NMC Report”, divulgado nesta semana, identifica 12 tecnologias emergentes que têm potencial para impactar o ensino, além das dez principais tendências e os dez maiores desafios da educação brasileira.


Entre as 12 tecnologias apresentadas, quatro foram apontadas entre as que devem começar a fazer parte massivamente das salas de aula em menos de um ano: ambientes colaborativos, aprendizagem baseada em jogos e os dispositivos móveis representados por celulares e tablets; outras quatro estavam entre as que devem começar a ter seu uso mais frequente em dois ou três anos: redes, geolocalização, aplicativos móveis e conteúdo aberto; e mais quatro foram podem ser esperadas em um período de quatro ou cinco anos: inteligência coletiva, laboratórios móveis, ambiente pessoal de aprendizagem e aplicações semânticas. (Alguns desses termos podem ainda não estar claros, por isso o Porvir preparou um infográfico explicativo, confira abaixo).


Feito pela primeira vez no Brasil, o estudo insere um capítulo regional ao já tradicional Horizon Report, que anualmente faz previsões sobre o uso da tecnologia no universo educacional. O panorama global permitiu também comparações entre o contexto brasileiro e o internacional. Bruno Gomes, assessor de tecnologias educacionais do Sistema Firjan e participante tanto da pesquisa global quanto da nacional, ressalta alguns pontos em que nós nos distanciamos muito do mundo. “No Brasil, a gente já consegue ver o hardware, as coisas físicas em sala de aula, como o celular e o tablet. Mas falta a internet, então tudo que é feito na nuvem ou depende de uma rede boa e estabilizada vem depois”, diz.


Por isso, enquanto nos países ibero-americanos e na pesquisa global a computação em nuvem é uma realidade esperada em um ano, os especialistas brasileiros nem sequer apostaram nela para um panorama de até cinco anos. “Outra curiosidade é que, conteúdo livre, que já está acontecendo no mundo, ainda não vai acontecer no Brasil neste ano. O brasileiro ainda é apegado à autoria”, acrescenta Gomes.


Apesar das diferenças, alguns pontos são comuns em todas as partes do mundo, principalmente no que diz respeito aos desafios encontrados. “Formação de professores é um problema para o mundo”, ressalta Gomes. No relatório divulgado durante o evento Conecta 2012, que terminou hoje, os especialistas destacam também outra relevante coincidência entre o que esperam ver no Brasil e o que está posto no mundo. “Os 30 membros do conselho deste projeto concordaram com o conselho global em relação à tendência mais importante. Eles perceberam as portas se abrindo nas escolas de educação básica no Brasil para modelos de aprendizado híbrido e colaborativo”, afirmam os autores do relatório.


TECNOLOGIAS DE SALA DE AULA – ESPECIALISTAS INDICAM 12 FERRAMENTAS QUE ESTARÃO NAS ESCOLAS ATÉ 2017


1 ano ou menos – Polarização de dispositivos


Ambientes colaborativos

Espaços online que visam facilitar a colaboração e o trabalho em grupos. Nesse tipo de ambiente, a interação acontece independente de onde os alunos estejam

Aprendizagem baseada em jogos

Interação de jogos nas experiências educacionais; os benefícios têm se comprovado em desenvolvimento cognitivo, colaboração, solução de problemas e pensamento crítico

Celulares

Especialmente quando se fala em smartphones, são o ponto de convergência de muitas tecnologias; permitem acesso a um volume muito grande de informações na palma da mão

Tablets

Como os celulares, têm a facilidade da mobilidade e possibilitam aulas dentro e fora da escola. Dispositivos aumentam o leque de recursos pedagógicos

2 a 3 anos – Uso dos softwares


Redes

Investimento em banda larga para grandes eventos esportivos e o maior número de smartphones facilitam acesso rápido, barato e fácil a todos os tipos de informação

Geolocalização

Ferramentas recentes permitem a determinação da localização exata de objetos físicos, além da combinação com dados sobre outros eventos, objetos ou pessoas

Aplicativos móveis

Nova indústria de desenvolvimento de softwares cria um universo de novas possibilidades educacionais, com compartilhamento de descobertas em tempo real

Conteúdo aberto

Conteúdo disponibilizado gratuitamente, via web, dá acesso não apenas à informação, mas ajuda no desenvolvimento de habilidades de pesquisa, avaliação e interpretação

4 a 5 anos – Apropriação dos softwares


Inteligência coletiva

Conhecimento existente nas sociedades ou em grandes grupos. Como hoje a produção de conhecimento não é mais um monopólio, várias redes são criadas cotidianamente

Laboratórios móveis

A tecnologia facilitou que pesados equipamentos, antes disponíveis apenas em bons laboratórios de ciências pudessem ser inseridos em simples celulares

Ambiente pessoal de aprendizagem

Formado por uma coleção pessoal de ferramentas montadas para apoiar seu próprio aprendizado; lista é organizada de forma independente e é focada em objetivos individuais

Aplicações semânticas

Aplicativos que organizam informações de várias fontes e fazem associações entre elas, apresentando o resultado de forma atraente ao usuário

Fonte: Horizon Report (Brasil 2012)
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